Strips (da Alma)

Thursday, April 28, 2005

Palavras Perdidas

Fizemos juntos e juntamos!Espero que gostem desta experiencia!


[Fada]
Amo-te. Para sempre. Que vento foi o que levou essas tuas palavras?
Que mulher é essa que apagou o sentimento?

[Sapo]
Leva as folhas do Outono e trás-me as flores da Primavera,
Como se estivesses despida até á alma, quem me dera!

[Fada]
Para onde foram as palavras perdidas ditas com toda a verdade que só o amor tem?
Será que as sonhei? Será que foi só um doce e imenso pesadelo que me veio afagar o rosto e aquecer a alma numa qualquer noite mais dada aos improvisos do amor?

[Sapo]
Porque para te olhar é preciso que não morra,
Porque para acreditar basta que o tempo voue e corra

[Fada]
Basta que ele corra, que voe, que vá, que leve para longe as mentiras das palavras perdidas...
das palavras mentirosas que me aqueciam o coração quando o frio e a solidão entravam noite adentro na minha cama e tu não estavas para me envolver num abraço lânguido e protector

[Sapo]
E me traga as palavras que n têm culpa de existires
que me traga todas as que consigo escrever para tu sentires!

[Fada]
Mas tu não sentes. Pura e simplesmente não és capaz. Preferes fugir de algo que te ultrapassa, de uma sentimentalidade que não compreendes, de uma necesidade de ti que não entendes.
Não tens culpa das palavras mentirosas que me susuras-te aos ouvidos nas serenas tardes em que mergulhávamos de mãos dadas na imensidão da vida.

[Sapo]
Vai mas fica... porque és a minha vida (tu)
Ficas e entendes a minha verdade esquecida (tu)

[Fada]
Fica mas devolve-me as palavras que me queimam a garganta e o coração por as ter dito a ti.
Devolve-me todas as canções de embalar que te cantei quando tinhas medo de adormecer sozinho, as palavras meigas que guardei a vida toda só para ti e a minha alma que foi presa em cada uma delas.

[Sapo]
Dã-me o que tens, porque não vivo
Dá-me se quizeres porque estou contigo!

[Fada]
Ou deixa-me apenas com a paz resignada de alguém que cura pacientemente as feridas das palavras que me atiras-te sem piedade.
Deixa-me a fechar as chagas que mercam a minha pele e a minha alma e que gritam as mentiras que me dizias em cada palavra perdida.

[Sapo]
Sabes que sobre ti há uma palavra nunca esquecida
Amo-te a ti porque n me deixas nenhuma palavra perdida!

Fada & Sapo (Emanuel Almeirante)

Tuesday, April 26, 2005

Sorrir, mais que rir... sentir

Sentir. Sentir aquela tela em que te pintei. Sentir aquela pele, aquela, a minha, a que ainda toco nos sonhos melodiosos que a noite piedosa me trás... noite que d'antes escrevia contra nós e virava as nossas páginas só para nos afastar...
Sentir. Sentir o suor do amor, sentir o orvalho de uma madrugada inundada do orvalho do teu amor... Senti-la em mim e em ti...
Sentir. Sentir os lábios, os olhos, aos mãos que não largo, que não esqueço, que não cego...
Sentir. Sentir-te em mim, como fogo, como chaga, como princípio, como fim.
Sentir... Sentir que tudo não passou de uma miragem, de um devaneio provocado pelos caprichosos desejos querubinicos, que tudo não passou de uma chama fraca, condenada a desvanecer, que as páginas passaram por nós como eu as passei para chegar a ti. Não vai acabar, mas já acabou o sentir.
Agora a noite vem-me acordar os sentidos, vem-me trazer as dolorosas chagas que me proporcionas-te com a tua perfeição divina. Estava escrito que a página iria ser virada, como as outras, como as que têm ilustrações felizes, como as que são molhadas de lágrimas. Estava escrito que esta guerra iria acabar assim, sem vencido ou vencedor. Estava escrito que depois de nós estavam os sorrisos. Os sorrisos que acontecem só porque o mundo quer. Os sorrisos que nascem dos lábios de quem não se arrepende de ter virado a página, de quem deu tudo o que tinha nas sublimes noites em que era Fada e tu anjo sem asas e em que voava e acreditava que poderias voar comigo porque eras a vida em mim. Valeu a pena voar. Para que agora a noite me venha acordar os sentidos e me venha provar que vale sempre a pena voar, mesmo sem o calor celeste dos teus lábios, mesmo sem o sopro excelso do teu ar, mesmo sem o horizonte sacro do teu corpo, vale sempre a pena voar. Nem que seja só para virar uma página pesada que por muito que se queira não se pode apagar.


(Eu sei que este texto não tem nada a ver, mas nasceu assim...)

Morgaine

Friday, April 01, 2005

Saudades

Qual palavra me/te define melhor. Há muitas que há muito tempo pude utilizar mas agora só há o que não existe mais!
Sabes eu sei que tudo o que és e o que me parecias ser, fez-me sentir saudades, fê-las sentirem-se agora, sendo que são o representante do passado no presente, porque este passado deixou-me marcas que não quero apagar, mas para quando pensar no futuro? Nunca porque não existes lá, logo o que vale a pena é sentir saudades, de tudo menos de um futuro, porque não consigo sentir saudades de um futuro a que não pertences!
Às vezes ponho-me a pensar como seria se nunca te tivesse conhecido, se não te tivesse tocado, cheirado, olhado, e desiludido... e ai fico em suspenso, porque ainda não consigo fazer esse exercício? Então, porque não posso... porque não consigo... porque não quero! Pelo menos por agora ainda me parece certo seguir o meu coração e continuar a amar-te! Não me amas? Pois não... - magoei-me ao constatar isto e o pior é constato isto todos os minutos, todas as horas de todos os dias, de todas as noites – mas um dia também vo8u conseguir fazer o mesmo!
Há saudades que sinto paralelas ás tuas, saudades de ser menina, saudades de rir até cair para o chão, saudades de passear de cabeça levantada, saudades de brincar, enfim de ser muito feliz, ou pelo menos de ser um pouco, só um bocadinho,(sinto saudades de muitas coisas que até posso nem ter tido) é que há bocadinhos muito importantes que apesar de pequenos não são menos importantes, do que o resto das alegrias todas (as outras).
Fizeste-me pensar que nada é mais importante, nem mesmo eu, do que as coisas que dizes, as coisas que fazes, as que pensas, as que olhas, as que usas (como fazes comigo), todas coisas que cheiras, tudo isso apesar de ser materialmente mais valioso que eu, no meu espirito são, mas muitas vezes me dizem que devia valorizar-me, e que só sofro porque quero! È verdade sofro porque quero (amo) e quanto ao valorizar-me a mim sem ti, não sei se quero!
Saudades de sentir que já me cortarão o cordão que me liga a ti, porque tal como o que me cortaram quando nasci, este faz-me depender de alguém para viver, o outro era da minha mãe este é de ti! Será que se cortarem este, como fizeram com o outro consigo respirar por mim? Mas que nojo! Sentir que dependo assim tanto de uma pessoa que nem merecia que lhe cuspisse em cima, é o nojo não de ti mas de mim e das minhas acções que um dia irão a acabar por cessar, não acho que me vás perturbar, pelo menos desta maneira, para sempre, ou vais?
É estúpido fazer-te estas perguntas, porque sei que não tens uma resposta para dar, sei que não te interessam e que mesmo que as lesses nunca irias responder, pelo menos não irias dizer o que eu quero que digas, ias começar com as tuas verdadinhas, as tuas respostas previsivelmente deprimentes (para mim).
Queria dizer que sinto saudades tuas! Isto dito do dicionário (que a palavra é só portuguesa). Queria dizer que te amo! E isto é dito com a alma e o coração com todas as minhas forças! Queria dizer que tenho nojo de quem és! Isto é dito com a face menos utilizada a razão.


Sapo
(Emanuel Almeirante)