Strips (da Alma)

Sunday, March 27, 2005

Noites em claro e a lua tão distante

Noites em claro, é claro que todos temos, tal como temos todos os nossos os nossos altos e baixos, mas no entanto há pessoas piores que eu, mas como estou sozinho só me posso preocupar comigo (pelo menos é o que deveria fazer), mas faço-o mesmo sem saber, sem te consciência desse acto, faço porque, e só porque, é uma questão vital, ou seja, que me mantêm vivo.
È errado pensar que estou só porque estou com a minha consciência e ela faz com que possa olhar a minha vida tão claramente que quase… quase não, que dói pensar que mereça que a lua do destino não brilhe para mim e só para mim. Quando olho para ela não tem magia, não vejo o luar há anos, poderia pensar-se que é impossível mas o luar para mim não existe tal como muitas outras coisas…
Há pessoas que não existem, há sentimentos que não existem, há considerações que não existem, só os suspiros e os queixumes, o que me faz pensar se há vida em mim. Há? A resposta por agora fica guardada no lado escuro de uma lua que só mostra metade daquilo que tem.
Pensamentos que me ocorrem enquanto as horas, os minutos e imaginem até os segundos passam, só ainda não consegui acertar, num encontro desejado, a hora a que o sono chega, nem o dia em que a minha alma terá paz. Mas vendo bem, já a tenho, não é este silencio à minha volta uma forma perfeita e inequívoca de paz? Tanto me faz…
Se tivesse que haver alguém para justificar a presença das reticências (suspensão de ideias) com certeza seria um forte candidato, mas com toda a certeza não seria o único! Há qualquer coisa em que quer carregar as dores alheias, porque quero a todo o custo ser único em algo mesmo que isso me destrua, mesmo que me custo tudo, não quero ser um dos… quero ser o tal, mas não consigo! Parece-te um lado escuro? (estou a perguntar (h)à minha consciência) mas não é porque o lado escuro não se mostra.
Voltando ao assunto da paz quero dizer que apesar de estar psicologicamente turbulento, estou fisicamente calmo, ou seja quase ninguém nota que estou completamente dominado por tudo o que é contrário à paz, uma insónia permanente que me faz ficar pensativo e ocasionalmente, durante as vinte e quatro horas do dia, me faz chorar pensar que não presto… durante essas horas que parecem minutos, em que dura a expulsão da raiva de mim próprio e em que falo a sós comigo e digo tudo aquilo que queria dizer às pessoas que se cruzassem no meu quarto. Mas infelizmente não passou por aqui ninguém, e então procuro-os na rua e da janela vejo o fundo de uma rua deserta, é demasiado tarde para andar alguém na rua, mas agora oiço e pressinto que vem aí alguém e vêm mesmo, com os olhos a brilhar (não por causa do luar que não o vejo há anos) procuro avidamente quem chega para me salvar.
Fechei a janela e voltei a chorar porque eram os homens do lixo… já me vieram buscar?... (adormeci por 5 minutos…)


O Sapito (Emanuel Almeirante)

1 Comments:

At 2:38 PM, Anonymous Anonymous said...

Insónia permanente... tal e qual... Um pesadelo tão duro que nem permite fechar os olhos e deixar o corpo descansar... Morrer a cada minuto, a cada beijo recordado... Há um mês que ando a morrer... Só tenho pena de não me lembrar tão bem de quando comecei a viver...
Parabéns Sapito.

 

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